Cacos de vidro.

16:20 Kamila Siqueira 1 Comments

21/04/2009

Foi como se uma taça de vidro cambaleasse e espatifasse no chão. Só que não houve som algum. Ninguém gritou, ninguém pareceu perceber os cacos de vidro brilhando sob o sol quente. Mas afinal, quem foi que pensou que ali seria um lugar seguro, perto o precipício? Um pequeno cristal sem brilho algum, andando pela corda bamba. Que ideia mais absurda.
Não culpo ninguém além de mim mesma. Se ninguém me ouviu foi porque fiz questão de abafar minhas palavras. Fiz questão de permanecer calada. Não queria que minhas palavras frias machucassem alguém... Mas e agora? Será que há tempo? Será que ainda vale a pena tentar juntar os cacos de vidro? O tempo está passando...
As palavras bagunçadas não pedem ajuda. Eu poderia organizá-las para receber outras palavras em troca. Mas não busco palavras de conforto.
Espera.
Será mesmo que não busco palavras de conforto?
Sei a quem poderia recorrer, conheço um ombro amigo. Talvez até mais de um. Ele ouviria o vidro se quebrando e talvez até pensasse que o vidro é um cristal. Mas será que eu saberia o que dizer? Será que ainda sei como conversar? Será que sei definir a confusão de palavras emaranhadas que surgem em minha cabeça a todo momento? Será que fora da minha cabeça elas fariam sentido?
Juro que as palavras têm um significado.
Juro que tudo isso tem um motivo.
Como eu poderia explicar? Será que devo explicar?

Estou ficando cansada. E isso me assusta um pouco.

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