Cacos de vidro.

21/04/2009

Foi como se uma taça de vidro cambaleasse e espatifasse no chão. Só que não houve som algum. Ninguém gritou, ninguém pareceu perceber os cacos de vidro brilhando sob o sol quente. Mas afinal, quem foi que pensou que ali seria um lugar seguro, perto o precipício? Um pequeno cristal sem brilho algum, andando pela corda bamba. Que ideia mais absurda.
Não culpo ninguém além de mim mesma. Se ninguém me ouviu foi porque fiz questão de abafar minhas palavras. Fiz questão de permanecer calada. Não queria que minhas palavras frias machucassem alguém... Mas e agora? Será que há tempo? Será que ainda vale a pena tentar juntar os cacos de vidro? O tempo está passando...
As palavras bagunçadas não pedem ajuda. Eu poderia organizá-las para receber outras palavras em troca. Mas não busco palavras de conforto.
Espera.
Será mesmo que não busco palavras de conforto?
Sei a quem poderia recorrer, conheço um ombro amigo. Talvez até mais de um. Ele ouviria o vidro se quebrando e talvez até pensasse que o vidro é um cristal. Mas será que eu saberia o que dizer? Será que ainda sei como conversar? Será que sei definir a confusão de palavras emaranhadas que surgem em minha cabeça a todo momento? Será que fora da minha cabeça elas fariam sentido?
Juro que as palavras têm um significado.
Juro que tudo isso tem um motivo.
Como eu poderia explicar? Será que devo explicar?

Estou ficando cansada. E isso me assusta um pouco.

Tempo.

16/01/2009

 

Por causa dos dias todos iguais, a impressão que tenho é que o tempo demora a passar. Mas é só lançar o olhar sobre o calendário para perceber que na verdade os ponteiros correm rápido. Não tenho intenção alguma de tentar segurá-los, pelo contrário, peço que corram assim mesmo, bem rápido. Desta vez não é por ansiedade, nem por estar esperando por algo. Não espero por nada. Quero que o tempo passe porque estou à procura de alívio. Que venham os compromissos inevitáveis, os dias cheios, as decisões importantes, os dias difíceis. Que venham, mas que passem logo. Desta vez, ao invés de querer parar para respirar, vou prender a respiração, como alguém que mergulha por águas desconhecidas. E espero que tudo passe antes que eu perca o fôlego e precise respirar de novo.

11/08/2008

Vou caminhando pela estrada do tempo enquanto os solstícios e equinócios se revezam. A calma e a paciência caminham longe de mim, às vezes por causa do tempo que corre rápido demais, às vezes por passar muito devagar. E às vezes a sensação de que estou perdida chega bem perto. Não tenho certeza do meu destino, não sei para onde estou indo e nem sei quando chegarei. Não sei o que irá acontecer quando eu chegar lá e temo que tudo isso seja em vão. Temo que o esforço seja inútil e que no fim de tudo isso eu me arrependa de algumas coisas que fiz. Decisões que tomei, tudo o que fiz ou deixei de fazer. Mas não sei quando o fim chegará, por isso continuarei caminhando. A estrada é longa, não consigo ver o fim dela. Olho para trás e vejo que não caminhei tanto assim. Mas me lembro de tudo o que vivi durante esse caminho e vejo que sou mais forte do que penso. A maior parte da estrada ainda está por vir. Não sei se estou no caminho certo ou se estou no meio de um labirinto, mas sigo em frente com a esperança de que no fim tudo isso valerá a pena e de que quando valer, que não seja o fim.
Enquanto isso, os solstícios e equinócios se revezam.

14/02/2008

(...)O fato é que péssimas idéias vivem me ocorrendo. Essa é apenas uma delas.